“E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado”.
Amados, vamos analisar estas duas palavras: “Está consumado”. Está, um verbo que, em conjunto com a palavra consumado, indica que um processo já se completou, que atingiu o máximo, que está perfeito. Concluímos que esta solução não parcial, mas sim, é total.
A declaração “está consumado” não é de um condenado; ou de alguém que agoniza na cruz; não é um desabafo, mas sim, esta declaração é do Deus Redentor, como o único que poderia fazer o que foi feito eficazmente, sem necessidade de auxílio algum.
1) Está consumada a obra sacrificial do Cordeiro de Deus. Ele era o cordeiro representado nos sacrifícios do Antigo Testamento. Disse João: “Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (Jo 1.29). Para os judeus, a figura do cordeiro era conhecida. O cordeiro representava a necessidade do sacrifício de um inocente pelos pecados do culpado.
“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is 53.7). Aquele que, como cordeiro seria levado para o matadouro era Jesus, o Cristo, “o Cordeiro de Deus” que estava sendo sacrificado na cruz.
O pecado sempre separou o ser humano de Deus. “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.20). A humanidade estava morta pelo pecado. O Senhor Jesus, Cordeiro inocente, foi sacrificado na cruz pela culpa de nossos pecados.
2) Está consumada a obra de encarnação do Verdo de Deus. O fim da obra de Deus como ser humano; “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.1,14).
Em Colossenses temos: “pois, nele, foram criadas todas as cousas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, porque aprouve (agradou-se) Deus que, nele [Jesus Cristo] residisse toda a plenitude... nele habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (1.16,19;2.9).
Ele estava com Deus, ele era Deus, e ele se fez carne. Agora, sua obra entre nós estava absolutamente completa. Tudo “estava consumado”. Só o Deus homem poderia produzir tal declaração.
Não existe outro que possa ser mediador entre Deus e os homens além de “Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu, em resgate de todos” (1Tm 2.5). Nunca houve, não há, e jamais haverá outro que possa comparar o que Jesus Cristo, o Deus homem, fez na cruz. Nunca houve precedente e nem haverá um sucessor.
3) Está consumado o fim da culpa do pecador: O “Resgatador” pagou a dívida de pecado que tínhamos. Em 1Pe 1.18.19 lemos: “não foi mediante cousas corruptíveis, como prata e ouro, que fostes resgatados...mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem mácula, o sangue de Cristo”.
No Antigo Testamento, o resgatador era aquele que, mediante pagamento, recuperava algo que um parente havia perdido por dívida (Lv 25.25). Jesus Cristo foi o resgatador que pagou pela nossa dívida, e nos libertou da escravidão de pecado.
No Evangelho de João temos: “todo o que comete pecado é escravo do pecado. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.34,36). Disse o Senhor Jesus a seu respeito: “Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.45).
Está consumado. “Porque se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isso, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação” (Rm 5.10,11).
Este foi o propósito da vinda do Senhor para este mundo. Antes de seu sacrifício éramos inimigos de Deus, e por causa de sua morte foi estabelecida a paz entre Deus e aqueles que viriam a crer no seu nome. “Todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome” (Jo 1.12).
Este foi o ápice, o extremo da perfeição, com um princípio, um espaço de tempo e seu término com a alegre notícia que nada mais precisa ser feito, seja da parte do Senhor, e muito menos do ser humano. Revela-se da declaração do “Autor da salvação eterna” (Hb 5.9), a saber: Está consumado”.
Rev. Joel Valasco
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